Acompanhe nosso blog e não perca as novidades curtindo a nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/pensoloonge
Todo seu corpo doía. Graças a um milagre nenhum de seus ossos se partira, mas os hematomas ainda eram visíveis em seu corpo. A armadura destroçada, a espada embainhada, ao invés de ser ele que carregava o escudo, era seu objeto de proteção que o direcionava para frente. Olhos fundos e sombrios retratavam os vários dias que andava errante sem dormir, pois cada vez que o sono o alcançava vinham suas decepções e traições passadas. Que sina era enfrentada por este guerreiro.
Todo seu corpo doía. Graças a um milagre nenhum de seus ossos se partira, mas os hematomas ainda eram visíveis em seu corpo. A armadura destroçada, a espada embainhada, ao invés de ser ele que carregava o escudo, era seu objeto de proteção que o direcionava para frente. Olhos fundos e sombrios retratavam os vários dias que andava errante sem dormir, pois cada vez que o sono o alcançava vinham suas decepções e traições passadas. Que sina era enfrentada por este guerreiro.
Por mais que tivesse sido aconselhado a
deixar aquela região ele persistiu e quis ficar no território da recém-formada
Grécia. Passou alguns dias dormindo no porto, e lá ouviu falar de uma nova
cidade que ainda buscava a estabilidade política. Assim partiu de Esparta para
uma ilha mais ao sul chamada Rodes.
Ao pararem no porto de Creta, ouviu a
conversa entre dois homens falando sobre os perigos que aquela cidade onde se
encaminhavam proporcionava. O maior e mais temido não era um animal, um grupo
ou um ritual, mas sim uma mulher sem nome, apenas conhecida como Princesa
Guerreira. Essa mulher reivindicava o trono dizendo que toda aquela região era
de seus antecessores, e para recuperar o governo não media esforços para isso
acontecer, por causa disso já havia 17 anos de conflitos. Korah guardava cada
palavra com cuidado, pois sua pretensão era governar aquela região e ela seria
um grande obstáculo se não fosse bem estudada.
Ao desembarcar ele resolveu
reestruturar-se por completo. Recuperando suas armas, desfazendo aquela
aparência de luto e revigorando suas forças. Na saída de Esparta ele havia
guardado um saco com algumas moedas de ouro que os cidadãos jogaram nele ao
verem naquela situação caótica e perceberem que ele não merecia estar assim.
Era um encorajamento para recomeçar a vida. Esse dinheiro fazia com que ele se
sustentasse por um tempo considerável. Entrou na cidade e se hospedou em uma
pousada que lá estava, queria apenas descansar daquela viagem e recomeçar a
vida.
Deitou para dormir no meio da tarde e só
foi acordado com gritos e muito barulho no meio da noite. No impulso saiu da
cama e foi até a janela que dava para o centro da cidade onde viu cerca de dez
pessoas encapuzadas ateando fogo nos órgãos públicos, esquartejando alguns
políticos, promovendo o terror com a população e fugindo para o bosque. Ele
percebeu que ia ser difícil a situação, e por causa do acontecido o fez perder
o resto da noite sem parar de pensar como seria a forma de entrar em paz com
aqueles guerreiros selvagens e governar a cidade. Estipulando um plano que
requeria tempo, coragem e muita sorte.
No outro dia não perdeu tempo e quem
encontrava começava a dizer seu plano de forma bem camuflada. Ia ao restaurante
almoçar, sentava-se próximo a alguém e puxava assunto até chegar ao ponto; pela
tarde ia caminhar na praia e, como se fosse sem querer, contava seu plano para
o outro; pela noite participava dos rituais religiosos locais e entre um e
outro assunto relacionava seu pensamento. E o mais impressionante é que todos
aqueles que ouviam concordavam e apoiavam, mesmo achando muito perigoso. O nome
daquele guerreiro e sua proposta ousada foram passando de pessoa por pessoa até
atingir os dois extremos: a classe que procurava entrar no poder e estabilizar
a política, e a Princesa Guerreira. Tudo que ele queria.
Em determinado passeio pela praia, despercebido,
ele foi apanhado e levado ao centro do senado onde se encontrava reunido à
cúpula principal dos políticos da cidade, com cerca de 50 homens. Todos
enraivecidos e buscando explicações por aquelas declarações que se espalhavam
pelo meio do povo, e ganhava força a cada dia. Quando aqueles senhores se
acalmaram de tanto acusá-lo de perturbar a ordem pública, ameaças de todos os
tipos e os mais variados xingamentos, foi concedido direito à palavra. Ele
olhou para cada um e disse apenas: "Meu plano se concluiu!" No
mesmo instante cerca de cem guerreiros entram e começa uma luta sangrenta no
meio daquele recinto. O senado tinha armas mais poderosas, mas o numeroso grupo
guerreiro tinha maior quantidade e após um tempo, e muitos mortos, eles o
resgataram e levaram ao seu esconderijo no meio da selva. Onde pôde conversar
com a temida Princesa.
-Tenho ouvido o que quer estabelecer em
nossa ilha. Muito perspicaz de sua parte. Antes de mata-lo dou o direito de
explicar o que você pretendia com seu plano - Disse àquela mulher que por trás
de um rosto belo e muitos súditos dispostos a dar sua vida em favor dela,
guardava um temperamento seguro e fechado.
- Ao
divulgar para todo o povo meu plano de em uma semana matar todos os políticos
que tomaram à força o comando dessa ilha e enfraquecer seu exercito como nunca
ninguém havia conseguido eu precisaria de ajuda de ambos os lados. Sabia que
eles procurariam satisfação e tentariam tirar minha vida. Sabia também que você
não daria esse prazer a eles e mandaria me buscar, mas para isso precisaria de
uma força-tarefa preparada equipada com seus melhores guerreiros para lutar sem
temor, sabendo que muitos não voltariam. Pois bem, estou aqui agora, e tudo que
eu planejei aconteceu.
A princesa tão astuta havia caído em uma
cilada pela primeira vez, e isso a encabulava, à medida que sua ira crescia por
ter sido avisada antes e não ter percebido sua admiração por aquele forasteiro
também.
Korah continuou:
- Mas
há algo que não revelei. Meu objetivo com isso. Sabia que não poderia governar
com tantos corruptos ao lado, nem teria como pedir esse favor a ti. Agora nesse
cenário, posso assumir e constitui-la como verdadeiramente és: a Herdeira do
Trono. O que achas?
- Guerreiro Korah, nunca vi ninguém com
tanta astúcia quanto você. Provou que merece assumir o poder. Governarás bem
seu povo.
-Meu povo não. Nosso povo!
No dia 26 de outubro do mesmo ano Korah
assumia o reinado da ilha de Rodes, conseguindo assim realizar seu sonho. Não
acreditou quando viu toda a população prestando reverências a sua pessoa. Tudo
que passou valeu como experiência para conquistar o lugar que chegou. Agora ele
estava totalmente extasiado.
E do poder, apenas a morte o separaria...
Será?
Filipe O. Concercio S.
Imagem: Reprodução/Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário