Após a saída da cidade em busca do seu sonho, o jovem Korah prosseguiu por dias em um caminho no meio da floresta. Dela ele obtinha mantimento, segurança e paz. Os pensamentos sobre aquele belo destino, idealizado em sua mente, e desconhecido pelo seu povo, o fazia prosseguir. Todas as noites seus sonhos pareciam tão reais! Uma terra que seria bem recebido, bem acolhido, com um posto de honra e uma vida feliz. Nada, além disso, era o desejo de sua vida. Ao acordar destes sonhos o ânimo dobrava para prosseguir no caminho. Isso durou até o dia em que avistou ao longe uma pequena comunidade.
Ele resolveu se aproximar dela e percebeu que seu povo era muito desconfiado. Pouco se abria para a conversa, e muito menos para a hospedagem. Resolveu passar os primeiros dias dormindo no bosque perto, pois por não conhecer a eles, temia ser morto. Ao mesmo tempo em que o temor do desconhecido tomava seu coração, ele também se entusiasmava com a esperança de lá ser o lugar que tanto sonhou.
A cada dia passado, ele se aproximava mais e mais do local, e em uma busca de fazer amizade, sempre que podia demonstrava sua hospitalidade. Com o tempo conseguiu sorrisos e a confiança da região. Descobriu o nome daquele lugar: "Adorável". Uma sociedade feminista, na qual sua líder, uma bela morena de sorriso meigo e disfarçado, era a única com poder de conceder a permanência do jovem.
Não se viam tanto, mas cada gesto dela mostrava disfarçadamente algo diferente para com ele. Por ser, de todos a mais reservada, nunca agia de forma suspeita. Ele também, por considerar ilusão de sua mente, e ser indigno do amor de uma rainha, ignorou o que começou a nascer dentro de si.
Passaram-se anos. Ele ainda não havia sido convidado pela rainha do local para viver em suas terras, e por isso ainda se refugiava na floresta. Até que em certa ocasião, ele ouviu as servas próximas da rainha comentando entre si sobre os sentimentos da Majestade por ele. Mesmo extasiado, o jovem guerreiro não acreditou, poucos dias depois, uma carta vindo da câmara da própria rainha, escrita pelas suas mãos, revelava todo seu sentimento e indagava a Korah, se o mesmo também sentia algo. Ele, mesmo com a maior vontade de se declarar, resolveu responder a carta dizendo que na virada do ano, que aconteceria uma semana depois, ele daria a resposta.
Chegado o dia, após uma semana sem dormir bem, perante toda a comunidade ele confirmou seu amor. E viu seu sonho se realizar! O amor encontrado, o local acolhedor, uma posição de honra! Ótimo fim para a história do nosso guerreiro! Se terminasse assim.
Ele apenas pediu à sua amada alguns dias, para retornar ao seu reino e anunciar tudo que lhe ocorrera. Concedido.
Ele apenas pediu à sua amada alguns dias, para retornar ao seu reino e anunciar tudo que lhe ocorrera. Concedido.
Duas semanas depois, ele volta. Sorridente e ansioso para reencontrar a sua bela amada. Antes mesmo de entrar no local, soldados da guarda o prenderam, foi levado à praça pública e lido o Decreto real:
"Korah, condenado estás por traição. Fostes às terras distantes fazer aliança com os inimigos a fim de conquistar esse lugar. A pena será a punição física com 10 chicoteadas, expulsão de nosso meio e o desprezo e vergonha de nossa rainha."
"Como assim? Por que isso agora? O que fiz? Exijo explicações!" Negado pelo conselho jurídico do local. Apenas queria saber o motivo disso, já que nunca demonstrou ser uma ameaça a eles, e por seu sentimento verdadeiro à rainha. A dor sentida no corpo a cada chicotada, e a expulsão não foram tão doloridas quanto saber do desprezo e vergonha que a rainha estava sentindo, sem ao menos ter feito nada.
Mesmo sem entender a medida, e com as primeiras marcas em suas costas, saiu de lá. Lágrimas em seu rosto, dúvidas em sua mente, dor em seu coração. Esse era o panorama de nosso herói. Entendeu ele que, daqui para frente não poderia ser tão ingênuo a ponto de confiar inteiramente e entregar-se por inteiro a ninguém. Em frente se foi, buscando novamente seu destino. Algo tão próximo e tão distante, tão verdadeiro e tão lendário, prosseguiu nosso guerreiro após seus primeiros passos.
Pode até parecer que não teve lógica. Pode até parecer que ficou muito melosa, ou mal contada a história, mas, infelizmente, as batalhas e conflitos acontecidos não esperam que a gente entenda no momento. Não espera que a gente possa digerir a informação antes do choque vim. Ele apenas vem. Você é obrigado a maneja-lo. O coração dói, a vida parece que não vale a pena prosseguir, mas se as injustiças e incógnitas apresentadas pela realidade te fazem parar, apenas demonstra que você não está preparado para viver.
Seja valente! Não apenas para enfrentar e vencer. Mas para aceitar a derrota, dá meia volta no meio do caminho que parecia ser promissor e voltar ao marco zero. A vida apenas iniciou, são seus Primeiros Passos.
Filipe O. Concercio S.
Imagens: Reprodução/Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário