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Olá,
Aquela que pela indicação que seu nome faz, chamei-te e fiz-te minha anja por mais tempo em minha existência até hoje. Entrastes na minha vida de uma forma inusitada, todavia não acredito em acasos. Tudo tem um propósito, até mesmo nós.
Me recebestes da forma que eu era; ingênuo, inexperiente, inseguro, ferido. Me levastes a conhecer, pela primeira vez, o que realmente era reciprocidade, o que era intensidade, o que era paixão. Seu olhar, seu sorriso, seu abraço, e mais precisamente suas palavras e ações me fizeram ascender, conduzidos por suas asas, até os céus do amor e lá repousar por vários meses.
Uma pena que a nuvem era leve demais para o que eu levava comigo.
Meus medos, incertezas, carências, conflitos internos e incompreensão guardados em meus bolsos fizeram as nuvens romperem, e em queda livre, pela ultima vez, olhar para cima, e ver-te com lágrimas nos olhos, impotente, me deixar cair.
A queda doeu.
Tentei, e por muito tempo me cobrir debaixo do manto de te culpar pela queda. Por que não voou e me resgatou? Por que me deixou cair? Por que me abandonou quando mais precisei? Entretanto, cai em mim e hoje reconheço: em todo o tempo você estava preocupada em fortalecer a nuvem para a queda não acontecer, e eu, na via contrária, apenas mais peso insistia em colocar no nosso habitat.
Uma hora cansa. Todos cansam. E quando cansastes, desmoronei e cai. Não por culpa sua. Mas minha. Porém são elas, as quedas, que fortalecem nosso caminhar e hoje me fazem guardar por ti apenas gratidão.
Vejo-te voando com outro de sua espécie e contemplo o quão feliz e satisfeita está. E isso me faz bem. Às vezes as perdas são os caminhos mais satisfatórios para a aproximação do alvo. Te agradeço pelo esforço. Te agradeço por cada ensino. Te agradeço por cada momento.
Espero muito que leia essa carta e possa, ao fim, sorrir, tendo a certeza que deixastes apenas sentimentos bons dentro de mim. Mais uma vez, obrigado.
Mente de um escritor aí...
"'Pensamentos escritos' foi uma ideia que tive para expor meus pensamentos mais secretos em relação a experiências que tive na vida, e as conclusões que hoje tenho em relação a pessoas que passaram pela minha trajetória. Tomo para mim a ideia da canção Não Consigo Odiar Ninguém, de Engenheiros do Hawaii, em que por mais que o fim tenha vindo, não guardo nada de ruim, pelo contrário, admiro e só guardo coisas boas de cada um(a)."
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